sexta-feira, 18 de abril de 2008

Soneto à força

Para a Ivone, por aquilo que ela disse na última sessão sobre os sonetos. Confesso que estou a achar graça a esta brincadeira dos sonetos.

Querem que escreva à força um soneto
e eu, teimoso, recuso-me a escrevê-lo
Protesto, “não vendo o poema a metro
mesmo se tantos andam a vendê-lo…”

Querem rimas, e muito bem medidas
átonas, tónicas, no sítio certo
Dez sílabas secas, que espremidas
não regam as areias dum deserto


E eu, teimoso, dizia que recusava
porque era uma afronta sem limites
forçarem-me a escrever tal objecto

Mas mais uma vez, sem dar por nada
no meio de tais brilhantes palpites
como se nada fora, tinha um soneto

1 comentário:

IM disse...

Caro Renato em breve responderei a esse desafio com um soneto (se entretanto dentro de quatro tábuas não me entalar!).