Busque amor, novas artes, novo engenho
para lá do seu velho desempenho
busque novos inadiáveis muros
e engenhosos caminhos seguros
Grande é o engenho do homem
que o eleva em pleno planar
sob a pedra que o caminho lança
essa que só vê a sua criança
E artes e amores em aperto
embalados em malas portáteis
aguardam entretanto conserto
Homem novo, velho, velho, velhinho
que roda sobre si com a terra
sempre à volta da mesma pedra
Vivam. Sobre a outra (mesma) pedra, um desses tais modernistas :) que se trai aqui em sentimento num poema de que gosto bastante:
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade
Um grande abraço e um bom 25 de Abril.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
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