terça-feira, 13 de maio de 2008

No rasto da musa...ou a musa está de rastos

Rápida e sem pensar escrevo
Palavras inquilinas
Que me moram
E desbotam em restos
Deixando rastos de sei lá
Ou de quase nada

Quanto demoram a subir…
Tanto tempo!
Tanto custo!
Tanta linha!
Para viverem tangentes
À superfície da folha

Rápida e sem pensar rebusco
O rabisco que trago
Dentro do desperdício de dentro
Algo que ainda possa
Reciclar

Réstia de gente talvez,
Talvez um qualquer segundo
De uma qualquer terceira intenção
Algo que resgate
A palavra viscosa
Que escorrega de mim
Para cair longe e rente
A uma folha branca
Que rapidamente….rasgo!

5 comentários:

Ana disse...

muito bem:) grande jogo de palavras:)

e então? sempre vai hver workshop na sexta?

beijinhos

Ana

M. disse...

Oi Ana

Escrevi isto com aquela técnica de tentar escrever rápido e não pensar. No final mudei algumas palavras para sinónimos com RRR...porque assim soa mais a rabisco que é o que isto é.
Enfim, estou cheia de trabalho e quando tenho coisas para acabar só me dá para disparatar e desatar a escrever.
Recebi um mail da Ana Luísa Amaral enviado à lista de mails do blog a falar não na 6a mas em 2 quartas feiras: 21 e 28 de Maio....o teu nome se calhar ainda n estava na lista...se me deixares aqui o mail reenvio-te

beijinhos

Ana disse...

ah ok

aqui vai:

moonlightrocker@hotmail.com

mas esses dias (21 e 28 de maio) ficara mesmo confirmados ou foram apenas sugestões?

obrigda

beijinhinhos

A. Roma disse...

Olá. Agradável forma de disparatar!
É curioso que mesmo tentando não pensar no que escrevias, aparecem no texto subtilezas elaboradas pelo pensamento. Dizem os entendidos que com este tipo de exercício muitas vezes surgem ideias base com potencial para serem exploradas, o que este caso parece confirmar.

Gostei especialmente dos versos:
"Palavras inquilinas
Que me moram"
Os RRR notam-se com ritmo. Pessoalmente gosto das aliterações em geral, ajudam sem dúvida a subir um degrau na musicalidade.

(estou para aqui a dar palpites... ainda me é um bocabinho estranho fâze-lo aos textos dos colegas. Sera que a Ana Luísa Amaral tem algum exercício para desbloquear isso?)

M. disse...

António,

Eu também dou palpites porque gosto de os receber. Portanto, continue que eu aprecio!
E outra coisa: contribuições para aqui para eu poder dar palpites também? É que afinal eu, que andava cheia de problemas em tornar público os escritos, tenho andado uma fala-barato (ou melhor dizendo escreve-barato)...mas isto é mesmo uma questão de hábito. Cada vez se ganha mais coragem!