Depois da chuva a melancolia
para o LM
resposta ao sonho:
poeta
"a melancolia infinitamente presa à terra"
tu és eu com menos vinte e três nadas
eu sou tu - do meu silêncio indecifrável vens -
tanto desassossego que nos entra pela chuva
o teu olhar rouco enclausurado no meu
e queríamos morrer
e queríamos morrer
ouvir-te, eu redonda - cheia de entranhas -
tudo - não estranho - ser das minhas pálpebras
as tuas mãos asas riscadas pelo meu arado
o teu rosto inscrito na terra que piso agora
o teu rosto escavado no meu
e queríamos morrer
e queríamos morrer
dizíamos então a sussurrar depois da chuva
a melancolia
1 comentário:
Obrigada por este poema. 'tanto desassossego que nos entra pela chuva...'
Enviar um comentário