Eu cantarei de amor tão docemente
Que de tanto que agora canto cansarei
E do amor que me pesa levemente
Em breve amor pesado carregarei
E se quiseres, amor, perceber o emergente
Estado de fim deste amor que enterrei
Olha para nós, amor, olha de frente
Que a resposta, que não vês, não te darei
Mas se ainda assim, amor, tu não souberes
Por onde anda esse afecto furagido
Dentro de mim, melhor que não o prendas
Antes liberta, amor, amor que me tiveres
Sob a pena de o teres apenas tido
Ao amor líquido que escorreu das minhas fendas
quinta-feira, 17 de abril de 2008
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1 comentário:
Gostei mesmo muito deste soneto. Um feliz alerta ao 'afecto furagido, amor líquido que escorre das minhas fendas'. Joana E
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